Para infelicidade daqueles que trabalham com jornalismo, todas as fontes tem que ser conferidas para não cair em descrédito, mas, para minha felicidade, no mundo das crônicas é diferente.
Na semana que passou, trombei com uma publicação sobre segurança internacional da Conferência do Forte de Copacabana, organizada em conjunto pela Fundação Konrad Adenauer (KAS) e pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), com apoio da Delegação da União Europeia no Brasil:
Posso não ter certeza do que Marcola pensa sobre esse tema, mas três presidentes americanos se manifestaram sobre a política de repressão às drogas: Nixon, que considerou que a guerra contra as drogas era um grande fracasso; Obama, que a considerou inútil; e Carter que disse que a punição excessiva destruiu a vida de milhões de famílias.
No Brasil, jogamos no campo da ideologia questões técnicas, e abandonar a atual política de repressão e encarceramento na questão das drogas é um desses exemplos — coisa de comunista e de moleques nóias — mas qual dos dois casos se encaixam então os presidentes americanos Nixon, Obama e Carter?
Mas isso é puro sofisma!
O atual sistema de repressão ao tráfico de entorpecentes nos Estados Unidos não diminuiu o consumo naquela nação, mas impediu que se produzissem as drogas, permitindo rápida expansão das áreas cultivadas e da industrialização dos produtos para suprir o mercado americano — PCC, CV, FDN, GDE, SCRN e ADA agradecem.
O tempo para o amadorismo passou e o sistema de repressão ao tráfico de entorpecentes obrigou a criação de organizações criminosas com uma intrincada estrutura dentro do território brasileiro e com ramificações internacionais:
- produção das folhas — Peru e na Bolívia;
- produção da pasta e distribuição internacional — Colômbia;
- entrepostos — Caribe, Canárias, Madeira, Guiné-Bissau, Guiné e Costa do Marfim;
- portos — Galícia, Marselha e Nápoles; e
- sistema financeiro — China, Uruguai e Caribe.
Só que a estrutura se fortalece e se profissionaliza ainda mais.
Thiago e Carol, em seu trabalho, fazem uma análise do fluxo internacional da cocaína e das metanfetaminas e da política de drogas na América do Sul e as suas consequências no número de homicídios com um quadro comparativo por país, além de uma análise da tendência de combate às drogas em países da União Européia e no Uruguai.
Os dois pesquisadores, o Uruguai e a Europa, estão buscando outras formas de resolver a questão das drogas, sem se preocuparem com o que o policial, você, eu ou Marcola pensamos a esse respeito — é um absurdo!
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