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Alex de Oliveira Souza morreu e a imprensa só tratou ele como mais um moleque sem importância.
Não é assim e não é só isso.Ficam de brincadeira, pegando a foto do moleque morto colocando para ganhar audiência, sem respeito.
Esses que pagam pau para os políticos e para a polícia tem que lavar a boca para falar de quem está na rua garantindo a sobrevivência da sua família.
Colocaram a foto do moleque morto, mas nem foram procurar saber quem ele era — todos os sites repetiram a mesma história que nem papagaios treinados.
Se perguntassem descobririam que ele era mais um moleque que não queria viver de joelhos.
Se perguntassem ficariam sabendo que ele queria ser espelho para os garotos do Bosque Sul de Teresina.
Ele era mais um que não queria mais sentir na pele esse maldito preconceito que cada moleque sofre quando está no trampo ou quando anda nas ruas do centro ou do shopping.
Era disso que ele falava: do progresso dele e da família, de ficar com os irmãos, e de correr pelo lado certo, mesmo que pelo lado errado da vida.
Mas chegaram na covardia e mataram Alex, o R2, que nunca desonrou a camisa que vestia — mas quem fez chorar vai chorar.
Não é assim e não é só isso.
A imprensa fica de brincadeira dizendo que é só mais um moleque perdido que morreu, mas não é só isso, é uma guerra — e ninguém sabe quem vai morrer em uma guerra.
Está tudo nublado e ninguém tem ideia do que está acontecendo, nem mesmo quem está lá fora, mas eu posso te dizer que o tempo está fechado e a tempestade promete ser forte.
A guerra entre o Primeiro Comando da Capital e o Bonde dos 40 está aí, e a morte de R2 não vai deixar ninguém esquecer:
Morto dentro da casa, na frente da família, com 20 tiros, e tendo sua foto caído no chão publicada para todos verem — nem procuraram a foto dele quando vivo.
Só falo o que tem que ser dito.
Posso te dizer que não é a primeira guerra que as crias do 15 encaram, mas não sei te dizer se vão receber reforço dos irmãos de São Paulo — antes era tudo mais organizado.
A imprensa vê como se nada significasse a pilha de corpos empilhados nas periferias, e não fala o que tem que ser dito: “vejam os podres frutos da nossa política da guerra às drogas”.
A política e a polícia pregam uma moral que não tem, escondem que perderam o controle, e encobrem sua incompetência arranjando alguns corpos, para mostrar para a imprensa como troféu de caça — começa com um aqui e outro lá, e não acaba nem quando são 27, 28, 29… nem se sabe quantos, como foi no Jacarezinho.
Só falo o que tem que ser dito: não é assim e não é só isso.
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