Publicado por Eudes Bezerra para o site Incrível História

Maio de 2006, o Primeiro Comando da Capital (PCC) golpeou duramente o Estado de São Paulo prostrando o governo, chocando a opinião pública e fazendo a sociedade civil vir abaixo.
O PCC ganhou notoriedade internacional, seu poderio tornou-se evidente e testou o reflexo das autoridades, que se mostraram incapazes de reagir adequadamente — sendo muitas destas demitidas após o cessar-fogo.
A MEGARREBELIÃO DE MAIO DE 2006
Ao coordenar a maior megarrebelião da história, o Primeiro Comando da Capital atraiu relevante parte da armada policial paulista às penitenciárias do Estado, deixando a capital e outras cidades “desguarnecidas”. O caos eclodiu e o rastro de destruição foi gigantesco.
Centenas de ataques (350 aproximadamente) foram deflagrados resultando em dezenas de policias mortos e ônibus incendiados. Delegacias, guarnições da Polícia Militar e bancos também foram alvos. A metrópole simplesmente parou por determinação do PCC. No final, somando policiais, criminosos e civis, um assustador saldo de 493 mortos.
O que falamos neste site sobre os atentados de 2006 → ۞
OS SUPOSTOS MOTIVOS DA MEGARREBELIÃO
A ordem para as ações teria sido uma represália à remoção de vários líderes do Partido do Crime (PCC) para penitenciárias remotas e o duro encarceramento no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) — a nova “solitária”.
A degradante vida dentro do cárcere, o sequestro em 2005 do enteado de Marcola (líder máximo do PCC) por policiais civis e a corrupção policial também teriam fomentado o “Salve”.
Tudo começou no cárcere em 1992 com o fato mais bárbaro, cruel e covarde... → ۞
A RESPOSTA DO ESTADO AO PCC
Nos bastidores do governo, as autoridades recebiam más notícias a cada minuto e a situação não era para menos: escolas, bancos, empresas e comércio fechados. Moradores se entrincheiraram dentro de suas casas.
Diante do caos vigente, folgas foram suspensas e todo o efetivo das forças de segurança foi para as ruas para restabelecer a ordem. Armamento mais “adequado” também foi fornecido aos agentes.
A resposta mais implacável do Estado gerou consequências que até hoje não foram esclarecidas:
Os carros da ROTA, a tropa mais mortífera da Polícia Militar, saíram de seu quartel-general com os homens equipados com fuzis de calibre 12 milímetros. Essa é uma das senhas usadas para que os policiais saibam, sem que venha uma ordem expressa do seu comando, que está dada a licença para matar […].
Outro sinal é o uso de capuzes. Quando eles descem sobre as cabeças dos policiais, os moradores da periferia paulistana sabem que não haverá diálogo e tão-somente fuzilamentos. Em pouco menos de 12 horas, a polícia matou mais de 60 suspeitos de ligação com o PCC. (DAIMANI, 2006, p. 40)
Diante da enérgica reação das forças polícias a mando do — desesperado — governador, um acordo entre o Primeiro Comando da Capital e o Governo Cláudio Lembo teria sido concluído para que as rebeliões e os ataques mútuos cessassem.
Ironicamente, as autoridades detinham informações de que uma megarrebelião aconteceria no mês de agosto. Tentou evitá-la transferindo mais de setecentos presos para Penitenciárias de Segurança Máxima às vésperas do Dia das Mães, o que acabou endurecendo ainda mais a ação dos “irmãos” (como se chamam os integrantes do PCC).
O que falamos sobre o Alckmin nesse site → ۞
2012: NOVA REBELIÃO
Em 2012, São Paulo voltou a vier caos semelhante como vivera em 2001 e 2006 – com policiais mortos, ônibus incendiados, população aterrorizada e mais autoridades demitidas por incompetência.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por deixar seu relato, ele é muito importante para que eu possa corrigir erros e rumos, e saber a sua opinião.
Só serão mantido os comentários argumentativos ou com conteúdo considerado relevante, seja apoiando ou refutando fatos ou ideias do texto.
Se considerar importante alterarei o texto original citando o crédito para o comentarista.